sábado, 11 de janeiro de 2014

Batismo de Jesus:

encontro entre a água e o Espírito
O episódio do Batismo de Jesus nos fala de um encontro de Jesus de Nazaré com João Batista.  Certamente não era o primeiro encontro entre aqueles primos.  Ambos foram gerados a partir da revelação da possibilidade diante do impossível: um, filho de uma virgem; outro, de uma que já se considerava estéril. 
 O primeiro encontro, ainda no útero materno, foi um transbordamento de alegria e louvor.  Aquelas mulheres eram portadoras de um mistério e, cúmplices, fizeram de seus corpos instrumentos da revelação de Deus à humanidade.  A gestação de ambas seguiu um ritmo paralelo, próximo.  Juntas, foram descobrindo, aos poucos, a grandeza da maternidade, a entrega de suas vidas ao Senhor.  Maria, já portadora do Filho de Deus, foi visitar sua prima Isabel e, conta a história, a serviu durante sua gravidez.  Manifestava-se na Mãe, o serviço do Filho aos homens e mulheres.  Isabel, portadora do Precursor, no primeiro momento daquele reencontro entre as duas primas, anunciou – como mais tarde seu filho o faria – que naquela jovem que chegava estava sendo gerado o Messias: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” (Lc 1, 42).
 Certamente outros encontros familiares se seguiram àquele primeiro.  Brincadeiras de infância, cerimônias, descobertas...  Anos se passaram até que nas águas do rio Jordão os primos voltaram a se encontrar.  João seguia sua vocação de profeta, e anunciava que o Messias viria.  Batizava nas águas do rio, simbolizando desde já o caminho para o encontro da humanidade com Deus: conversão – misericórdia – amor - serviço. O Jesus que chega às margens do rio quer ser batizado por João porque irá abraçar aquele mesmo caminho que o primo anunciava.  E cúmplices do Mistério como suas mães, vêem o céu se abrir e o Espírito do Senhor se manifesta na forma de uma pomba e eles escutam o próprio Deus falar: “Tu és meu Filho amado, em ti está o meu agrado” (Mc 1, 11).
 Água e Espírito se apresentam como sinais de conversão.  Um lava, o outro restaura.  A água tem sua natureza ligada à geração e à manutenção da vida humana.  Simboliza a purificação, o renascimento.  O Espírito salva, redime, fortalece, torna divino o que é humano.  João batizava com a água. Era o batismo simbólico do Precursor, cuja liturgia até hoje celebramos.  Dizia que depois dele viria um outro – Jesus – que nos batizaria no Espírito. Era o anúncio do maior dos profetas, de que a salvação era chegada através do Espírito de Deus manifestado em Jesus Cristo, que revelaria com sua vida o caminho para Deus: conversão – misericórdia – amor – serviço.  O mesmo caminho anunciado por João Batista. Era Deus revelado àqueles homens que a própria vida uniu por laços familiares e por ideais. 

 A Festa do Batismo de Jesus deve nos levar a refletir sobre nosso próprio batismo e a rever os caminhos que seguimos.  Estaríamos seguindo os caminhos que João Batista e Jesus de Nazaré nos anunciaram?  Estaríamos vivendo em plenitude nosso batismo e sentindo-nos verdadeiramente Filhos de Deus?

sábado, 4 de janeiro de 2014

"Vimos a Estrela


O tempo de Natal é a uma caminhada à procura de Jesus.
Com a festa da EPIFANIA, que hoje celebramos, concluímos esse tempo, lembrando
a procura e o encontro de Jesus pelos Magos, que representam todos os povos e nações.

A palavra "Epifania" significa: Manifestação de Deus aos homens.

A Liturgia desse domingo leva-nos à manifestação de Jesus.
Ele é uma "Luz", que se acende na noite do mundo e ilumina os caminhos dos homens, conduzindo-os ao encontro da Salvação.


- A ESTRELA, inventada por Mateus, não é um astro no céu,  mas a pessoa de Jesus. Ele é a "Luz" anunciada pelos profetas.
- Os MAGOS representam os povos estrangeiros, que vão ao encontro de Jesus e se deixam guiar pela sua mensagem de paz e de amor.
  São imagem da Igreja, formada de todos os povos que aderem a Jesus e o reconhecem como o seu "Senhor".
- Intenção de Mateus era apresentar Jesus como o novo Moisés... o ungido de Deus, recusado pelos judeus e aceito pelos pagãos, que formarão o novo Israel, o novo povo de Deus: a Igreja.

+ ATITUDES diante dessa estrela:

- ADORAÇÃO: os Magos viram a "estrela", deixaram tudo e puseram-se a caminho para descobrir Jesus e adorá-lo.
  Os Magos representam todos os povos não judeus, agora associados à História da Salvação.
- INDIFERENÇA: Os Sacerdotes o conheciam bem nas Escrituras.
Sabiam até o lugar onde deveria nascer, mas não perceberam o sinal de sua chegada, nem se preocuparam de ir  ao seu encontro.
  Estavam muito seguros de sua sabedoria... e por isso não tiveram a alegria de encontrar e adorar o Salvador.
- REJEIÇÃO: Herodes tentou até apagar esta Luz.
  Simboliza os grandes desse mundo, que temem a sua chegada.
  Poderia roubar-lhe o trono.

+ Todos viram a mesma realidade: um menino recém-nascido,  mas as opções foram e são diferentes...

Com quem nos assemelhamos?
- Com os Magos, atentos aos sinais, capazes de ler os acontecimentos de nossa vida e a história do mundo à luz de Deus?
- Com os Sacerdotes, orgulhosos de seu saber, mas acomodados?
- Com Herodes, que procura matar o menino?


+ Os magos não se apresentaram de mãos vazias
  Ofereceram o que tinham de melhor... E nós, o que temos a oferecer?
  Um pouco de nosso tempo, fidelidade da nossa fé, perdão, justiça, honestidade, fraternidade?...