1 DE JANEIRO DE 2013
BEM-AVENTURADOS OS OBREIROS DA PAZ
Cada ano novo traz consigo a expectativa de um mundo melhor. Nesta
perspectiva, peço a Deus, Pai da humanidade, que nos conceda a concórdia e a
paz a fim de que possam tornar-se realidade, para todos, as aspirações duma
vida feliz e próspera...
...A paz não é um sonho, nem uma utopia; a paz é possível. Os nossos
olhos devem ver em profundidade, sob a superfície das aparências e dos
fenómenos, para vislumbrar uma realidade positiva que existe nos corações, pois
cada homem é criado à imagem de Deus e chamado a crescer contribuindo para a
edificação dum mundo novo. Na realidade, através da encarnação do Filho e da
redenção por Ele operada, o próprio Deus entrou na história e fez surgir uma
nova criação e uma nova aliança entre Deus e o homem (cf. Jr 31, 31-34), oferecendo-nos a
possibilidade de ter « um coração novo e um espírito novo » (cf. Ez 36, 26).
Por isso mesmo, a Igreja está
convencida de que urge um novo anúncio de Jesus Cristo, primeiro e principal
factor do desenvolvimento integral dos povos e também da paz. Na realidade,
Jesus é a nossa paz, a nossa justiça, a nossa reconciliação (cf. Ef 2, 14; 2 Cor 5, 18). O obreiro da paz, segundo
a bem-aventurança de Jesus, é aquele que procura o bem do outro, o bem pleno da
alma e do corpo, no tempo presente e na eternidade.
A partir deste ensinamento, pode-se
deduzir que cada pessoa e cada comunidade – religiosa, civil, educativa e
cultural – é chamada a trabalhar pela paz. Esta consiste, principalmente, na
realização do bem comum das várias sociedades, primárias e intermédias,
nacionais, internacionais e a mundial. Por isso mesmo, pode-se supor que os caminhos
para a implementação do bem comum sejam também os caminhos que temos de seguir
para se obter a paz.