terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Jovens têm suas vidas transformadas após trabalhar como voluntários da JMJ

Na JMJ de Madri, no ano passado, foram 26 mil voluntários. Agora, aqui no Rio já são mais de 60 mil, e este número está crescendo a cada dia. Isso não é por acaso. Entre a maioria dos jovens que participaram das Jornadas anteriores, é fato que, após a JMJ em que trabalharam como voluntários, a vida deles foi transformada de alguma forma, sempre com o fortalecimento da fé e do amor ao próximo.
Essa foi a experiência do jovem natalense Udo Mendes, da cidade de Natal (RN), na JMJ de Madri. Ele se inscreveu para ser voluntário da equipe de sistemas, porém, segundo ele, viveu o voluntariado em todos os instantes, desde dar informações a peregrinos até ajudar na acessibilidade de pessoas com deficiência no aeroporto e conduzir jovens aos alojamentos, mesmo quando não sabia chegar.
“Em Madri, tive a experiência de um novo Pentecostes. Um fato marcante foi quando na hora da tempestade um pai me procurou e eu estava trabalhando no portão de acesso ao local onde estava o Santo Padre. O seu filho passava muito mal e precisava ir ao banheiro. Fiquei bem apreensivo, pois minha credencial não dava acesso ao palco e nem àquela área posterior do portão, porém falei com o segurança que era voluntário e ele me deixou passar com a criança. Naquele momento, questionei-me o que fez aquele pai confiar em mim diante de toda a multidão, e tive o grande entendimento que temos a mesma fé em Jesus: ele O ama como eu O amo e busca a Deus como eu busco”, destacou.
Após a experiência de Madri, Mendes decidiu ser novamente voluntário na JMJ Rio2013. Hoje, ele faz a diagramação e tradução para inglês da revista dos voluntários e atualiza a fan page dos voluntários. Para Mendes, se de graça ele recebeu assim também deve servir com muita generosidade. “É a alegria do brasileiro que sobretudo vem da nossa fé que esses jovens vão ver. É muito legal fazer parte desse evento que é vivo, pois é de Cristo para os jovens. A Igreja é viva e a Jornada é o grande evento para vivenciarmos essa experiência”, disse.
A jovem Priscilla Costa, de Belo Horizonte (MG), que hoje é voluntária na equipe de mídias sociais da JMJ, também fez parte do voluntariado da JMJ de Madri. De acordo com ela, foi a experiência mais marcante de sua vida.
“Ver a Igreja reunida com o sucessor de Pedro e dois milhões de jovens de todo o mundo me fez sentir parte da família de Jesus. Aprendi que a obra mais bonita que Deus fez foi a Igreja Católica Apostólica Romana e que vale a pena gastar a nossa vida para edificar o Corpo de Cristo, que é a Igreja. Depois da JMJ Madri, decidi dedicar um ano da minha vida para Deus. Fui voluntária no Encontro Mundial das Famílias em Milão. Cresci muito na busca de conhecer os escritos do Papa e os documentos da Igreja e nisso resultou o meu aprofundamento na fé e testemunho de santidade de vida. Minha expectativa é que o Brasil será transformado depois dessa experiência de fé magnífica da JMJ”, frisou.
Para quem quer ter essa experiência de servir como voluntário, ainda dá tempo de se inscrever através do site oficial da JMJ Rio2013: www.rio2013.com .

sábado, 5 de janeiro de 2013

“Viemos prestar-lhe homenagem”

Mt 2, 1-12
Hoje celebramos uma das grandes festas do Ciclo de Natal - a Manifestação do Senhor (“Epifania” em grego), onde comemoramos o fato de que Jesus foi manifestado, não somente ao seu próprio povo, mas a todos os povos e nações, representados pelos Magos do Oriente. Embora a festa tenha muita popularidade folclórica, também proclama uma grande verdade da fé - que a salvação em Jesus é para todos os povos, sem distinção de raça, cor ou religião. Retomando a grande intuição do profeta Isaías, celebramos hoje a salvação universal em Jesus.
O texto de hoje é altamente simbólico - usa uma técnica da literatura judaica chamada “midraxe”, ou seja, uma releitura de passagens bíblicas, com o intuito de atualizá-las. Assim, Mateus quer ensinar algo sobre Jesus, usando figuras e símbolos tirados de diversos textos do Antigo Testamento. Por exemplo:
- Vêm os magos (nem três, nem reis!) buscando o Rei dos Judeus. Esses magos lembram os magos que enfrentavam e foram derrotados por Moisés (Êx 7, 11.22; 8, 3.14-15; 9,11) e acabaram reconhecendo o poder de Deus nas maravilhas feitas por Ele.
- A estrela é sinal da vinda do Messias, relendo a profecia de Balaão em Nm 24, 17.
- O menino nasce em Belém, conforme a profecia de Miquéias (Mq 5, 1)
- Os presentes lembram as profecias de Segundo e Terceiro-Isaías, e dos Salmos, sobre os estrangeiros que viriam a Jerusalém trazendo presentes para Deus (Is 49, 23; 60,5; Sl 72, 10-11).
- Herodes, como o Faraó, massacra os filhos do povo de Deus (Êx 1, 8.16).
O texto chama a atenção pelas reações diferentes diante do nascimento de Jesus. Os que deveriam reconhecer o messias - pois são versados nas Escrituras - ficam alarmados, pois para eles, opressores do povo através da religião e da política, Jesus e a sua mensagem constituem uma ameaça. Outros, pagãos do oriente, buscando sem ter certeza, arriscam muito para descobrir o verdadeiro Deus, e entregam-lhe presentes, sinal da partilha, grande característica do Reino que Jesus veio pregar.
Hoje em dia, verificam-se as mesmas reações diante de Jesus e do seu Evangelho. Muitos querem reduzir os eventos religiosos a algo folclórico com shows e cantos, mas que de forma alguma possa questionar a nossa sociedade e os seus valores. Para outros, o menino na estrebaria é um sinal do novo projeto de Deus, o mundo fraterno, onde todas as pessoas de boa vontade têm que se unir, seja qual for a sua raça, nação, gênero ou religião, para construir a fraternidade que Deus quer.
Jesus não precisa de presentes, mas, sim do nosso esforço na vivência do seu Reino. Na prática, temos que optar - para a vivência religiosa vazia como a de Herodes e dos Sumos Sacerdotes, ou pela mensagem libertadora do Menino de Belém, que convoca todas as pessoas de boa vontade, sem distinção de raça, cultura ou tradição religiosa, representados hoje pelos magos, para a construção do mundo de paz, fraternidade e justiça, pois Jesus veio para que “todos tenham a vida e a tenham plenamente.” (Jo 10, 10)
Pe. Tomaz Hughes, SVD