A Liturgia deste final de semana nos questiona sobre
o sentido da nossa vida e onde colocamos
nossas seguranças.
Nos chama a atenção advertindo-nos que
não devemos colocar a nossa segurança em
coisas passageiras;
Pelo contrário, descobrir e a amar outros
bens,
que dão verdadeiro sentido à nossa
existência
e nos garantem a vida em plenitude e desapego
delas.
Na 2a Leitura, Paulo afirma
que ser batizado é identificar-se com Cristo.
Portanto renunciar ao egoísmo, ambição,
injustiça, orgulho, morte...
e escolher uma vida de doação, de entrega,
de serviço, de amor...
Esse comportamento novo inclui uma maneira
diferente de encarar a riqueza.
"Se
ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto e não às da terra."
(Cl 3, 1-5.9-11)
No Evangelho, Cristo denuncia a
cobiça e
a preocupação exagerada pelos bens
terrenos... (Lc 12,13-21)
- Um desconhecido pede a Jesus para
resolver um problema de herança.
- Jesus se recusa, porque é difícil fazer
justiça quando existe cobiça, ganância...
E
adverte: "Tomai cuidado contra todo
tipo de GANÂNCIA...
a vida de um homem não consiste na abundância
de bens..."
- Para ilustrar essa verdade, conta a Parábola
do RICO INSENSATO,
que
construiu grandes celeiros para armazenar a colheita abundante,
pensando
assim ter segurança para viver tranqüilamente.
Pura
ilusão: Naquela mesma noite veio a morrer...
e
se apresentou de mãos vazias diante de Deus...
- E Jesus conclui: "Assim acontece com quem
guarda tesouros para si e não é rico
diante de Deus."
* O pecado foi "acumular apenas para
si".
Não agradeceu a Deus, nem partilhou com os irmãos.
- É uma catequese de Jesus sobre os bens
materiais.
O dinheiro não é a fonte da verdadeira
vida.
A cobiça dos bens (o desejo insaciável de
ter) não conduz à vida plena,
não responde às aspirações mais profundas
do homem.
A ganância pelos bens terrenos é a causa de
muitos males...
- Quantas brigas e divisões em família... na
divisão da herança!
- Quantas lutas... para vencer o
concorrente... e ter mais!
- Quantas fraudes, injustiças e
corrupção... no desejo insaciável de bens!
- Quantas discriminações: porque as pessoas
valem pelo que têm!
Pura ilusão:
A fonte da vida está só em Deus...
E a morte nos convence dessa dura realidade...
Esta parábola não se destina apenas àqueles
que têm muitos bens;
mas destina-se a todos aqueles que (tendo
muito ou pouco)
vivem obcecados com os bens, orientam a sua
vida no sentido do "ter"
e fazem dos bens materiais os deuses,
que condicionam a sua vida e o seu agir.
+ A Palavra de Deus nos questiona.
O ensinamento de Jesus toca em cheio os
cristãos encantados
com o capitalismo neoliberal e sua apologia
do lucro e do acúmulo de bens.
Ficam anestesiados diante das necessidades
dos irmãos.
Cristãos vivendo na riqueza, enquanto
muitos irmãos na fé vivem na indigência,
sem experimentarem a solidariedade dos seus
irmãos e irmãs na fé abastados.
Hoje em dia é muito comum pôr tudo no seguro...
Há seguro de vida para carros, roubos,
incêndios, acidentes pessoais...
A nossa vida, que continua na eternidade,
também deve ser assegurada.
Mas a vida eterna não pode ser assegurada
com as riquezas desse mundo...
e sim com os tesouros reconhecidos por
Deus.
O dinheiro nos dá a falsa sensação de
segurança.
O único fundamento seguro de nossa
existência é Deus...
E, nele, o próprio dinheiro adquire outro sentido:
Não será mais instrumento de SEPARAÇÃO
entre os homens,
mas sim de COMUNHÃO, um sinal de amor...
Onde estamos depositando a nossa segurança
e construindo a nossa felicidade?
Não nos esqueçamos: nosso coração foi feito
por Deus,
e apenas em Deus encontrará a verdadeira e
plena felicidade...