sábado, 21 de janeiro de 2017

Somos chamados a irradiar luz!

A liturgia deste domingo apresenta-nos o projeto de salvação e de vida plena que Deus tem para oferecer ao mundo e aos homens: o projeto do “Reino”.
Na primeira leitura, o profeta/poeta Isaías anuncia uma luz que Deus irá fazer brilhar por cima das montanhas da Galileia e que porá fim às trevas que submergem todos aqueles que estão prisioneiros da morte, da injustiça, do sofrimento, do desespero.
• É Jesus, a luz que ilumina o mundo com uma aurora de esperança, que dá sentido pleno a esta profecia messiânica de Isaías. Ele é “Aquele que veio de Deus” para vencer as trevas e as sombras da morte que ocultavam a esperança e instaurar o mundo novo da justiça, da paz, da felicidade. No entanto, a luz de Jesus é, hoje, uma realidade instituída, viva, atuante na história humana? Porquê?
• Acolher Jesus é aceitar esse projeto de justiça e de paz que Ele veio propor aos homens. Esforçamo-nos por tornar realidade o “Reino de Deus”? Como lidamos com as situações de injustiça, de opressão, de conflito, de violência: com a indiferença de quem sente que não tem nada a ver com isso enquanto essas realidades não nos atingem diretamente, ou com a inquietação de quem se sente responsável pela instauração do “Reino de Deus” entre os homens?
O Evangelho descreve a realização da promessa profética: Jesus é a luz que começa a brilhar na Galileia e propõe aos homens de toda a terra a Boa Nova da chegada do “Reino”. Ao apelo de Jesus, respondem os discípulos: eles serão os primeiros destinatários da proposta e as testemunhas encarregadas de levar o “Reino” a toda a terra.
Jesus é o Deus que vem ao nosso encontro para realizar os nossos sonhos de felicidade sem limites e de paz sem fim. N’Ele e através d’Ele (das suas palavras, dos seus gestos), o “Reino” aproximou-se dos homens e deixou de ser uma quimera, para se tornar numa realidade em construção no mundo. Contemplar o anúncio de Jesus é abismar-se na contemplação de uma incrível história de amor, protagonizada por um Deus que não cessa de nos oferecer oportunidades de realização e de vida plena. Sobretudo, o anúncio de Jesus toca e enche de júbilo o coração dos pobres e humilhados, daqueles cuja voz não chega ao trono dos poderosos, nem encontram lugar à mesa farta do consumismo, nem protagonizam as histórias balofas das colunas sociais. Para eles, ouvir dizer que “o Reino chegou” significa que Deus quer oferecer-lhes essa vida plena e feliz que os grandes e poderosos insistem em negar-lhes.
Para que o “Reino” seja possível, Jesus pede a “conversão”. Ela é, antes de mais, um refazer a existência, de forma a que só Deus ocupe o primeiro lugar na vida do homem.
A segunda leitura apresenta as vicissitudes de uma comunidade de discípulos, que esqueceram Jesus e a sua proposta. Paulo, o apóstolo, exorta-os veementemente a redescobrirem os fundamentos da sua fé e dos compromissos assumidos no batismo.
O texto recorda que a experiência cristã é, fundamentalmente, um encontro com Cristo; é d’Ele e só d’Ele que brota a salvação. A vivência da nossa fé não pode, portanto, depender do carisma da pessoa tal, ou estar ligada à personalidade brilhante deste ou daquele indivíduo que preside à comunidade. Para além da forma mais ou menos brilhante, mais ou menos coerente como tal pessoa anuncia ou testemunha o Evangelho, tem de estar a nossa aposta em Cristo; é n’Ele e só n’Ele que bebemos a salvação; é a Ele e só a Ele que o nosso compromisso batismal nos liga. Cristo é, de fato, a minha referência fundamental? É à volta d’Ele e da sua proposta de vida que a minha experiência de fé se constrói? Em concreto: que sentido é que faz, neste contexto, dizer que só se vai à missa se for tal padre a presidir? Que sentido é que faz afastar-se da comunidade porque não gostamos da atitude ou do jeito de ser deste ou daquele animador?
Irradiar a luz…
Os textos bíblicos deste domingo são atravessados de Luz para o nosso caminho de trevas. Quantos homens e mulheres andam à procura de sentido e procuram o seu caminho na noite… As nossas vidas de batizados estão em coerência com Aquele de quem nos reclamamos como cristãos? A Luz do Ressuscitado é-nos confiada para nos juntarmos aos nossos irmãos… Somos focos que irradiam luz ou candeeiros opacos?

Retirado do site http://www.dehonianos.org/

sábado, 14 de janeiro de 2017

Eis o Cordeiro de Deus...

O mundo necessita urgentemente de pessoas que façam a diferença, de homens e mulheres comprometidos com o evangelho, que assim como João Batista,  nos apontem algo novo, no sentido de suscitar sentimentos positivos nos muitos  corações desesperançados!
É grande a necessidade de profetas que devolva ao povo, a  esperança, a alegria de se sentirem amados por Deus, profetas que não se curvam diante os inimigos, porque  acreditam numa força Maior!
O evangelho que a liturgia deste Domingo nos convida a refletir, narra o  acontecimento que marcou a passagem do tempo de espera para o tempo da realização das promessas de Deus. Com  três afirmações, João Batista, apresenta Jesus aos seus discípulos: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”; “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele”; “Eu vi e dou testemunho, este é o Filho de Deus”.
 “Eis o cordeiro de Deus...” João se refere a Jesus como Cordeiro, porque como o cordeiro, que era sacrificado pelos pecados do povo, Jesus também seria sacrificado pelos os pecados da humanidade.
Mesmo não tendo convivido diretamente com o Messias, João Batista dá testemunho Dele, por acreditar nas promessas de Deus que o enviou para anunciá-Lo! Ele não somente anunciou a vinda do Messias, como também, preparou o caminho para a entrada desta Luz num mundo envolto em trevas!
Este grande profeta que anunciou e apresentou o Messias ao povo, desempenhou um papel importantíssimo na história da salvação, foi ele quem convenceu o povo da necessidade de se  converterem, abrindo assim, o caminho para que Jesus pudesse entrar no coração humano e nele fazer sua morada! 
João Batista veio dar testemunho da Luz, foi ele quem preparou o encontro do humano com o Divino! Foi a partir do seu testemunho, que Jesus foi reconhecido pelo o povo como o Messias, o Filho de Deus que veio ao nosso encontro!
Depois de ser apresentado ao povo por João Batista, Jesus começa a formar a sua primeira comunidade, um grupinho de doze pessoas que passou a conviver diretamente com Ele fazendo parte  do seu cotidiano, aprendendo a fazer o que Ele fazia. É graças ao testemunho desta primeira comunidade cristã, que conviveu diretamente com Jesus, que hoje, também nós, podemos viver e dar testemunho de Jesus no meio em que vivemos.
João Batista foi um grande exemplo de quem viveu exclusivamente a vontade de Deus, ele não se acomodou nas tradições do seu povo, pelo contrário, ele  buscou algo novo, se fazendo anunciador das realizações das promessas de Deus, anunciando um tempo de graça que traria um sentido novo para a humanidade corrompida pelo pecado, uma humanidade que se distanciava da sua verdadeira origem.
Assim como João Batista, nós também viemos a este mundo com uma missão: realizar a vontade de Deus, dando testemunho de Jesus em qualquer circunstancia, pois é com o nosso testemunho de fidelidade ao projeto de Deus, que apontamos Jesus ao outro.
João Batista não se intimidou diante os poderosos, nem mesmo na prisão, ele deixou de anunciar o Messias, de chamar o povo à conversão.
A sua cumplicidade com o projeto de Deus, o levou a experimentar a força dos dois lados do coração humano: a força do amor que é capaz de resgatar vidas e a força do ódio, capaz de levar a morte, como aconteceu com ele.
Tiraram a vida de João Batista, mas não conseguiram calar a voz do profeta, voz, que continua ressoando nos ouvidos de cada geração: “Convertei-vos e crede no evangelho”. “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.
E nós, que recebemos o Espírito Santo no nosso Batismo, que conhecemos os ensinamentos de Jesus, estamos dando testemunho Dele, como fez João Batista? Estamos mostrando Jesus a aquele que ainda não o conhece?
Ao apresentar Jesus ao povo, João Batista, dá como encerrada a sua missão, naquele momento ele sai de cena, deixando o “palco” livre para Jesus que é o centro de tudo!
 Colocar Jesus como centralidade da nossa vida, como fez João Batista, é pensar, é viver, é falar é mover-se em função do amor.

Olivia Coutinho. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017


O batismo é uma epifania ou manifestação de Jesus para todos os que escutam o evangelho. Ele se apresenta a João para ser batizado. No diálogo entre os dois, Jesus mostra o sentido diferente de sua ação: “Devemos cumprir toda a justiça”. O que para os outros era sinal de arrependimento, para Jesus é o cumprimento da justiça. Em que consiste a justiça de Deus? Deus quer que todos tenham liberdade e vida plena, a fim de que todos possam repartir com os outros aquilo que existe e tudo o que cada um é. Nisto consiste a justiça que Deus quer. O testemunho celeste nos permite perceber uma estrutura trinitária. A voz do Pai e a presença do Espírito Santo em forma de pomba realçam a importância da pessoa e da missão de Jesus, o “Filho amado”.
(Dia a dia com o Evangelho 2016 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017



JESUS, A ESTRELA QUE NOS CONDUZ
Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, três magos se dispuseram a peregrinar para visitá-lo e prestar-lhe homenagem, oferecendo-lhe os mais preciosos presentes, símbolos da missão e do destino do Salvador: ouro (sua realeza), incenso (sua divindade) e mirra (sua humanidade sofredora).
A estrela conduziu os magos até o menino e eles transbordaram de alegria. Por sua vez, o rei Herodes e seus auxiliares mais próximos se perturbaram com a chegada de um concorrente. Jesus, desde seu nascimento, provoca diferentes reações entre quem o aceita e quem o rejeita.
A Epifania significa a manifestação de Deus a todos os povos. O Cristo veio para todas as pessoas e todas as nações, mas nem todos o aceitam e o recebem. A exemplo dos magos, guiados pela estrela, vamos nos pôr a caminho, indo ao encontro daquele que é o motivo de nossa alegria. Alegremo-nos com os peregrinos, pois Deus veio a nós e estabeleceu sua morada em nosso meio.
“O dia em que Cristo, Salvador do mundo, se manifestou pela primeira vez aos pagãos, temos de celebrá-lo com todas as honras e sentir lá no fundo de nosso coração a mesma alegria que sentiram os três magos quando, estimulados e guiados pela estrela, puderam adorar, contemplando com seus próprios olhos o rei do céu e da terra, em quem haviam previamente crido em virtude unicamente de promessas” (são Leão Magno).

Acolhendo o ensinamento transmitido pelos magos, desalojemo-nos de nosso comodismo e deixemo-nos conduzir pela estrela. Ela iluminará nossa caminhada ao longo deste ano, sob a proteção de Maria – especialmente neste Ano Mariano – e sob as bênçãos do Menino recém-nascido. Ele é a razão de nossa alegria e esperança no decurso de toda a jornada